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Nova tecnologia de bafômetro a distância dispensa sopro direto no aparelho

Apenas falar próximo ao aparelho ou assoprar de longe é o suficiente para que o novo bafômetro passivo acuse a presença de álcool no organismo dos motoristas em uma blitz


Alguns estados brasileiros já estão utilizando os bafômetros passivos, que detectam a presença de álcool sem que seja preciso assoprar em um bocal. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) comemora a agilidade que o aparelho proporciona, uma vez que o motorista nem precisa descer do carro. A sensibilidade do dispositivo permite detectar a presença etílica a uma pequena distância, mas suficiente para dispensar o aparelho convencional em um primeiro momento.


A Polícia Rodoviária Federal comemora a chegada do bafômetro passivo, que dispensa o sopro do motorista diretamente no bocal do aparelho e detecta alcoolemia a distância


A novidade também traz economia ao erário público, já que um bocal custa algo por volta de R$ 2 a unidade. Entretanto, o bafômetro passivo detecta apenas a presença de álcool, sem indicar a quantidade. Em uma blitz da Lei Seca, quem não tiver sido detectado pelo bafômetro passivo, poderá ir embora mais rápido e serão R$ 2 a menos para os recursos públicos, sem desperdício. Caso o aparelho passivo aponte presença de álcool, faz-se o exame com o bafômetro convencional.


Quem se recusa a fazer o exame de bafômetro já conhecido, se tiver bebido, poderá ter a embriaguez comprovada pelo etilômetro passivo mesmo quase à revelia, pois não depende do sopro diretamente no bocal. Basta uma conversa pertinho do aparato. alguns se assemelham a um bastão com uma luz na ponta. Se a luz ficar vermelha é porque o condutor está alcoolizado. Se ficar verde, o motorista segue seu caminho. E, já que a partir de 2012 as leis de trânsito ficaram mais rígidas, estabelecendo tolerância zero para o teor alcoólico em condutores de veículos, a suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) será inevitável se o teste der positivo. Mesmo assim há a possibilidade de recorrer contra a punição.


A punição para quem dirige bêbado pode chegar a oito anos de prisão e multa de quase R$ 3 mil, além da cassação da CNH em caso de crime de trânsito


Qualquer quantidade de álcool no organismo será suficiente para que a punição seja aplicada ao motorista. E, se a quantidade ultrapassar 0,34 miligramas de álcool por litro de ar alveolar expelido, o condutor pode ser preso por crime de trânsito. Segundo o artigo 165 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), o condutor flagrado dirigindo alcoolizado, ou sob efeito de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência, comete uma infração gravíssima. A quantidade da substância pode determinar a perda definitiva da carteira, fazendo com que o condutor reinicie todo o processo de habilitação desde a autoescola.


A multa por embriaguez ao volante é de R$ 2.934,70, com o mesmo valor para quem se recusar a fazer o teste. Em 2018, a punição para motoristas bêbados que causam acidentes foi revista e agora determina até oito anos de prisão, se houver morte. Se houver ferido grave, a pena é de cinco anos.


Capaz de “cheirar”


Segundo uma das companhias que fornece o equipamento passivo no Brasil, a canadense Alcolock, o produto possui um sensor eletroquímico altamente sensível, que não exige nenhum bocal nem a participação ativa do usuário. “Ele é capaz de ‘cheirar’ o ar ambiente para detectar a presença de álcool”, afirma o website da companhia.


Uma fabricante canadense, a Alcolock, diz que seu modelo de bafômetro passivo é capaz de “cheirar” o ar ambiente através do sensor eletroquímico


De acordo com as especificações técnicas do Alcoscan, que é o nome do modelo canadense, o aparato é capaz de realizar até 5 mil testes utilizando dois pares de pilhas tamanho AA. A cada teste é necessário aguardar entre 15 e 45 segundos para que o bafômetro possa fazer uma nova detecção.


A empresa de São Paulo, Centralbrasil, fornece um terceiro tipo de bafômetro, denominado como modelo CBA-12. A Centralbrasil destaca mutias vantagens, como o desempenho duplo de detectar à distância e ainda fazer a medição, o que não é possível com a maioria dos bafômetros passivos. O CBA-12 pode testar até 60 pessoas em um minuto e usa baterias recarregáveis. O resultado é apresentado no display e até um gráfico colorido pode ser visualizado. Mas o nome do fabricante, estranhamente, não é divulgado.


Detector de maconha


A empresa Dräger, com sede em Lübeck, na Alemanha, garante que tem um aparelho capaz de detectar 5 nanogramas (milésima parte do miligrama) de tetrahidrocanabinol (THC), a substância ativa da maconha e principal responsável pelos efeitos que a planta causa.


Mesmo em pequenas quantidades, o álcool ou o THC podem ter efeitos muito nocivos sobre a concentração e lucidez de uma pessoa. Segundo a Dräger, os seus resultados têm sido extremamente precisos por décadas. A empresa oferece, inclusive, um produto que imobiliza os veículos, caso o motorista apresente um teor alcoólico elevado. Antes de permitir que o condutor dê a partida, o "Interlock 5000", como é chamado, o sistema pede que assopre no bocal. Se a medição constatar alcoolemia, o veículo não dará a partida.

Em 2018, mais de R$ 3 milhões foram gastos só para substituir os bocais descartáveis dos barômetros tradicionais. A inovação não exige a participação ativa do condutor


Já nas estradas


Em vários estados do Brasil o novo aparelho já está sendo utilizado. Em Minas Gerais os testes começaram em meados de 2019. No Triângulo Mineiro as concessionárias adquiriram os aparatos e repassaram alguns à PRF. Em setembro do mesmo ano, a Guarda Municipal de Florianópolis também adquiriu eu já está usando. Pelo menos doze estados já possuem o bafômetro passivo em blitz da PRF nas rodovias federias. A novidade vai acabar economizando bastante dinheiro público, já que mais de R$ 3 milhões foram gastos em 2018 somente para comprar os bocais descartáveis do bafômetro tradicional.



REFERÊNCIAS



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