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Como funciona o bafômetro?

Prepare-se melhor em caso de uma blitz da Lei Seca entendendo o funcionamento desse aparelho, que é um pesadelo para grande parte dos motoristas


Compreender o funcionamento do bafômetro é muito importante para que o condutor conheça melhor os seus direitos e esteja preparado em uma eventual blitz da Lei Seca. O aparelhinho precisa ser aferido pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) e estar em conformidade com a resolução do CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito) Nº 432, de 23 de janeiro de 2013. Uma das primeiras coisas a se fazer quando se é abordado é verificar se está tudo dentro da lei. O condutor pode checar isso conferindo se há um selo de aferição no dispositivo, por exemplo. E, se você pensa que não é possível recorrer para anular a punição, engana-se. Vale a pena ler esse artigo por completo e evitar aborrecimentos.


As pessoas costumam confundir o “bafômetro descartável” com o “bocal descartável”, Mas são duas coisas muito diferentes. Recentemente foi introduzido pelas polícias rodoviárias um novo tipo de aparelho detector de alcoolemia, o bafômetro passivo, que não precisa de bocal e não é descartável. O dispositivo descartável consiste basicamente em um tubo quimicamente preparado e uma bolsa de ar. O bocal usado nos bafômetros mais tradicionais nada tem a ver com isso, servindo apenas para proporcionar higiene, uma vez que numa blitz dezenas de pessoas precisam utilizar a embocadura do aparelho.


A detecção do álcool funciona basicamente através de reações químicas, mas podem funcionar de formas um pouco diferentes dependendo do dispositivo


Não existe apenas um tipo de bafômetro, mas todos precisam que reações químicas aconteçam envolvendo o álcool da baforada e mais uma substância que reage a ele. O etilômetro, alcoolímetro ou bafômetro, como é popularmente conhecido, é um dispositivo químico ou eletroquímico capaz de medir a concentração de álcool etílico na corrente sanguínea de uma pessoa, através da análise do ar alveolar. Parece tudo científico demais e complicado demais, mas é muito simples.


A detecção do álcool funciona basicamente através de reações químicas, mas podem funcionar de formas um pouco diferentes dependendo do dispositivo. Existem substâncias químicas reagentes dentro do aparelho e, hoje, na maioria das vezes, uma célula de combustível. O dicromato de potássio, por exemplo, muda de cor na presença de álcool e isso possibilitou a criação dos primeiros bafômetros, que não passavam de pequenos tubos com uma bolsa de ar acoplada.


Reação que muda cores


Nos tipos mais simples de etilômetros, o álcool expelido junto com o ar entra em contato com a solução de dicromato de potássio, que é um meio ácido, e provoca uma reação de oxirredução dentro do bafômetro. Significa que o dicromato oxida o álcool etílico a aldeído acético (C2H4O). No fim da reação, o dicromato amarelo-alaranjado origina o sulfato de crômio III, que é verde. A mudança de cor é que revela embriaguez e quanto mais intenso o verde, maior é o teor de álcool no sangue. Em vez do verde, a cor também pode ser azul, dependendo do modelo do dispositivo. Os aparelhos utilizados pelas polícias de trânsito já são muito mais modernos do que isso e se dividem em dois tipos.



Há o detector-medidor eletroquímico, onde o etanol é oxidado em meio ácido sobre um disco de plástico poroso coberto com platina para servir como um catalisador. O disco é umedecido com ácido sulfúrico e ligado e eletrodos dos dois lados. É produzida uma corrente elétrica proporcional à concentração de álcool no ar pulmonar. Trata-se de dispositivo baseado no princípio da pilha de combustível (como as usadas nos ônibus espaciais da NASA para produzir energia elétrica a partir da reação entre os gases hidrogênio e oxigênio).


O bafômetro do tipo detector-medidor eletroquímico utiliza o mesmo princípio usado nos velhos ônibus espaciais da NASA para produzir energia elétrica


A maioria dos agentes de trânsito e policiais no Brasil utiliza esse tipo de aparelho, além do Taguchi (abaixo). O álcool que é exalado pela boca reage com o oxigênio que existe dentro do aparelho e elétrons são liberados. Da mesma forma são liberados o ácido acético e íons de hidrogênio. Os elétrons geram corrente elétrica, de forma que um chip poderá calcular a concentração de álcool no sangue, conforme as porcentagens transmitidas ao componente eletrônico. A corrente elétrica será maior ou menor, de acordo com a quantidade de álcool da amostra. Para visualizar o resultado, um chip traduz a corrente em uma escala.


Bafômetro Taguchi


Desenvolvido no Japão, o bafômetro Taguchi consiste em um sensor semicondutor especialmente preparado para etanol, que é composto de óxido de estanho e várias impurezas. O sensor é aquecido até, acredite, 400ºC para que se torne ativo. Ao entrar em contato com o sensor, o etanol se oxida imediatamente provocando mudanças na resistência e condutibilidade do sensor. As mudanças são medidas como uma voltagem, que será proporcional à concentração de álcool no ar expirado.


O sensor de um bafômetro do tipo Taguchi, desenvolvido no Japão, precisa ser aquecido a 400ºC para funcionar


Nos bafômetros tradicionais é necessário soprar por algum tempo continuamente para se obter um resultado, pelo menos cinco segundos. Pelo menos um litro e meio de ar precisa entrar no dispositivo para que a medição seja possível. De acordo com o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - Inmetro, a margem de erro deve ser de 1%, ou seja, 0,007 miligramas de álcool por litro de ar alveolar.


A não ser pelos modelos de bafômetros passivos capazes até de medir o teor alcoólico à distância, sem contato algum com a boca do condutor, os bafômetros possuem um bocal descartável. Isso porque a higiene deve ser preservada. O bocal descartável evita a transmissão de doenças e garante a não interferência nos resultados do exame anterior no exame seguinte. Os bafômetros possuem também uma válvula que impede que o ar que entra pelo bocal volte para a boca de quem está sendo testado.


Recorrer contra multas da Lei Seca pode parecer impossível. Mas há muita coisa para ser analisada em sua defesa quando o bafômetro está envolvido. Pergunte à Magel Recorre!


É bom que o condutor conheça algumas características da apresentação e do estado geral desse aparelho e cobre das autoridades qualquer irregularidade. A higiene deve estar de acordo e o bocal precisa ter a embalagem aberta na frente do motorista. O policial ou agente que manuseia o bocal para acoplar no dispositivo precisa usar luvas apropriadas para garantir perfeita assepsia.


Os bafômetros possuem uma numeração única, de série. Anotar esse número pode ser muito útil. Além disso, é preciso verificar a presença do selo do Inmetro colado no aparelho. Se não houver o selo é porque o etilômetro não está certificado, portanto irregular. O aparelho que tem o selo garante que ele passou por mais de trinta testes diferentes antes de ser liberado.


Por fim, embora não menos importante, é o ticket do bafômetro. O agente de trânsito é obrigado a entregar ao condutor um documento que comprove o resultado do teste e a regularidade do equipamento. O dispositivo emite comprovante impresso após o uso, com informações como data, horário, grau alcoólico do condutor e outros detalhes exigidos por lei.


A distância


Alguns estados brasileiros já estão utilizando os bafômetros passivos, que detectam a presença de álcool sem que seja preciso assoprar em um bocal. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) comemora a agilidade que o aparelho proporciona, uma vez que o motorista nem precisa descer do carro. A sensibilidade do dispositivo permite detectar a presença etílica a uma pequena distância, mas suficiente para dispensar o aparelho convencional em um primeiro momento. Saiba tudo sobre esse aparelho inovador.



REFERÊNCIAS



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